quinta-feira, 19 de outubro de 2017

DIVAGANDO, divagarinho…


DIVAGANDO, divagarinho…

Se por acaso leste o que escrevi àcerca das remodelações na minha casa  de Famalicão onde existem os BAIXATOLA's, para que não julgues que se trata de mais uma “Obra de Stª. Engrácia” aqui vai a 3ª e última parte.

Lamentávelmente conclui-se que a conclusão não foi concluída, porque  falta pagar ainda, uma parte obra.

E porque sim? Porque após diversas tentativas fracassadas continuo a aguardar que o homem dos alumínios* me diga o valor a pagar pelo material que instalou na minha ausência.
O engraçado é que a obra está feita, continuando à espera do Orçamento que lhe pedi,
para depois escolher a quem encomendar a obra.

O meu irmão é seu amigo, foi Ele quem mo indicou, lhe abriu a porta e tomou conta da ocorrência.

***
A última vez que falei com o Senhor "e porque está tudo nus conforme" pedi-lhe  que faça um intervalo merecido “anda assoberbado, com trabalhos na França” e me diga o valor a pagar. No caso de eu falecer, não quero que se vingue por causa disso, indo mijar na minha campa chamando-me caloteiro.
(É por causa destas e doutras, que "quando chegar o dia" quero ser Cromado)

Para assinalar o facto da obra ter quase** “findado” e numa feliz coincidência, apresentei-me acompanhado do meu Irmão na Tasca do Pisca-Pisca nos arredores de Vila Nova de Famalicão.
Sem contar, fomos convidados a levar a cabo uma ingrata e difícil missão: Ajudar um grupo de amigos a dizimar um big-tacho de massinha de pombos bravos, acompanhados de uma boa pomada, verde tinto carrascão.

(O casamento do Queijo com a Marmelada conheço, comi e gosto. Mas desconhecia este improvável e tão saboroso, da: Massinha com Pombo bravo)

A páginas tantas constatei que o vizinho da cadeira do lado, era o benfeitor que ofereceu os pombos, e que tinha entre mãos uma missão quase impossível. Nada mais que “para fazer nova comezaina” retirar ¼ do grande javali que tem congelado numa arca, sem o descongelar. Várias sugestões foram aparecendo já que o animal está empedernido, como a utilização de serras de fita ou disco, tico-ticos, serrotes vulgares ou de arco, máquinas de cortar sebes, moto-serras, etc etc. Confesso que “recordando a minha especialidade na guerra” estive quase para sugerir que um belo petardo de trótil no seu interior solucionaria o problema.

*****
Cada vez que me desloco a Famalicão, verifico que a Tasca do Pisca-Pisca continua a ser uma das boas opções da rapaziada, tendo em conta a relação preço/qualidade bem como, variedade e simpatia.

Mas reparei desta vez, que o cardápio do dia que estava pendurado na parede não era tão famoso assim, conforme se verifica na foto que tirei

Porque já moro há bastante tempo no sul, reparei quase sem querer, no nome do antepenúltimo prato da lista que aqui “na terra dos mouros” se traduz em Meia-desfeita de bacalhau. Este "petisco" faz-me sempre lembrar o malogrado colega e amigo, Sotero Correia.


Foi um Preparador de Trabalho da Siderurgia durante anos e nos últimos Técnico Industrial como eu. Foi sem sombra de dúvidas um dos técnicos mais competentes que conheci até hoje.

O Sotero além do seu trabalho, também era super-habilidoso e gostava de se aventurar noutras profissões. Recordo-me de uma das minhas visitas a sua casa, para ver “in loco” a sua habilidade de Carpinteiro/Marceneiro. Verifiquei que o móvel da sala de estar, toda a mobília do quarto bem como o móvel do bar com um lindo Aquário incorporado "tudo construído por Ele" estavam com uma perfeição e acabamento, irrepreensíveis.


Mas coisas eléctricas, não eram bem a sua praia.

Na tarde que electrificou o móvel de sala mesmo depois de Eu lhe dar umas dicas, não entendia o porquê das lâmpadas não darem luz suficiente. Pensou em desistir da luz indirecta ou até trocar as lâmpadas por outras mais fortes.
“Obrigou-me” assim a uma nova deslocação a sua casa, onde constatei o óbvio. Tal como previra o amigo Sotero tinha ligado as lâmpadas em série.

***
Tal como Eu aprendi coisas com Ele, o reverso aconteceu.
Na vertente eléctrica/electrónica recordo a primeira. Foi quando aprendeu a fazer "e fez" um Baterímetro transistorizado que instalou em lugar de destaque, no tablier do seu carro.

Palavra passa palavra e o "aparelho" tornou-se viral.
Muito pessoal  o quis fazer,  incluindo um que era daltónico,  que "para agrupar" me pediu que lhe fizesse embrulhinhos idêntificados, já que não destrinçava as cores das diversas resistências.

Como tirou a Carta de Condução... Isso dava um livro.

Uma vez ia morrendo de susto ao ver a sua recente aquisição deitar fumo
Mas, Eu conto:

O Sotero tinha comprado há dias uma bela aparelhagem de som. Exactamente, um  Concertino da Telefunken. Um compacto acabado de chegar às montras e do qual muito se orgulhava.



Quando o instalou, ao introduzir na rectaguarda os cabos da antena e das colunas, reparou na existência de uma ficha estranha por baixo de um símbolo mais estranho ainda.

Sabendo do meu gosto por “electrónicas” perguntou-me se conhecia tal símbolo. Exacto: pelo símbolo, trata-se de uma ficha DIN fêmea para ligares um microfone.



Para o confirmar, prontifiquei-me a emprestar-lhe o micro do meu gravador, que hoje se encontra no BAIXATOLA’s BAR.

Na manhã do dia seguinte emprestei-lhe o dito, mas de imediato o quis recusar porque reparou na marca do mesmo.
Não queria ligar um microfone Grundig à sua nova e linda aparelhagem Telefunken. Disse-lhe que não interessava a marca mas sim a ficha, no entanto a dúvida ficou.
Como morava perto do trabalho, foi almoçar a casa e logo quis fazer o teste.

Ao retomar o trabalho, para minha surpresa quase me insultou devolvendo o micro.

Explicou que apreensivo, desviou a aparelhagem para ligar o micro. Depois de ligado, colocou-a na posição ideal e de seguida à sua frente contou… 1-2-3 experiências. Incrédulo, reparou que da traseira saía fumo e puxou o fio de repente, ficando com o microfone na mão.

Estava agora com o credo na boca e em pulgas para chegar de novo a casa, para ver os estragos de tal manobra.

Recordo que reagi com um...
“É impossível, não acredito. Deves ter feito algo errado”

No dia seguinte deu-me um Abraço e pediu desculpas.

Tens razão pá, era a merda do cigarro no cinzeiro que ficou lá atrás da aparelhagem.
Isso quer dizer que queres testar de novo, certo? Mentira, fica assim mesmo, obrigado.

Nas confraternizações o amigo Sotero desinibia-se com alguma facilidade. Lembro-o agarrado a um violão já sem cordas, acompanhando um colega “também desinibido” que cantarolava um fadinho.
Passava os dedos e cantava baixinho… Plam plam, plam plam.

Voltando ao cardápio do Pisca-Pisca:

O Sotero contou que certo dia, satisfez a vontade a um subordinado da Siderurgia “oriundo do Minho”, que há muito tempo insistia para que fosse lá a casa.



Esse dia chegou. Quando entrou na casa, foi-lhe apresentado a Esposa “Minhota também” que após lhe pendurar o casaco os deixou sós na amena cavaqueira. Recostados no sofá foram conversando até que o subordinado simpaticamente falou alto e bom som para a esposa, que estaria nas lides da cozinha.

Ó “Maria” arranja aí qualquer coisa que se coma aqui para o Sr. Sotero.
Uns minutos passaram e falou de novo: ENTÃO?.

Após tão esclarecedora pergunta, a Esposa surgiu limpando as mãos ao avental dizendo. Ó marido fui apanhada desprevenida… sinceramente não sei o que fazer. Ao que responderam:
Qualquer coisa.

Pouco tempo depois de novo na cozinha, a Esposa falou alto:

Ó Marido pergunta ao Senhor, se quer que eu lhe faça uma Punheta.

O Sotero ignorando o significado da palavra naquele contexto, contou-me: Naquele instante quase me enterrei sofá adentro.

Tudo muito natural, mas quando o subordinado reparou no ar incrédulo do Sotero, apressou-se a esclarecer…

Calma chefe: Punheta é uma meia desfeita como vocês aqui dizem.

O Sotero numa expressão quase de alívio só disse… Sim sim, Eu sei.

Envergonhado, quis que tudo terminasse para desaparecer sem deixar rasto.

Que pensariam, subordinado e esposa, se pensassem o que ele pensou?.

A língua portuguesa é muito traiçoeira…


(*) - No regresso da deslocação que fiz à fábrica de alumínios para uma vez mais saber o valor a pagar, dei uma volta por lugares onde passei a minha infância, e reparei que o Armazém estava em ruínas. Era assim chamado este estabelecimento, onde durante muitos anos, existiu de tudo e a granel. Desde ferros e ferragens, petróleos e gasolinas, tijolos e cimentos, adubos e sulfatos, enfim quase tudo, incluindo até, caixões.
Recordo-me na companhia do meu amigo Zéca fazendo ao longo dos anos “carradas” de argolas para poços ou quando “supervisionado pelo funcionário” ajudavamos a decorar caixões com florinhas de cetim próprias para o efeito.

Como se costuma dizer: Era pobre e mal agradecido. O senhor “que já não recordo o nome” ralhava quase sempre quando descobria que Eu almofadava exageradamente o interior dos caixões para que os defuntos fossem comodamente deitados e não terem razão de queixa da sua última viagem.

(**) - Uma nova oportunidade para se fazer no Pisca-Pisca, a recepção definitiva da obra.


Durante toda esta estadia em Vila Nova de Famalicão, inteirei-me do estado de saúde da Fátima "Esposa do nosso 1º Cabo Mário Ribeiro" e pelo que sei, as 4 costelas partidas -felizmente- já passaram ao esquecimento.

sábado, 14 de outubro de 2017

Pessoal. Vamos "DESENFERRUJAR" as pernas?

CAMARADA
Tiveste azar;
Ao tomares conhecimento deste evento, não poderás continuar dizendo, que estás trôpego por falta de oportunidade ou motivação.
Aproveita agora.

Se o dia escolhido, fosse sete dias antes (no 15 de Outubro) festejava então nesse dia, os 21 anos, que tinha os meus 50. Se necessário até, de mochila às costas.
Assim sendo... Nada feito!